Rua da Aurora
Rua da Aurora, segundo Gilberto Freire, “A mais recifense de todas as ruas”.
Situada à margem Leste do Rio Capibaribe.
Rua de prédios históricos, antigos sobrados do século XIX, como o Museu da arte Moderna Aloísio Magalhães – MAMAM –, os prédios da Assembléia Legislativa e do Ginásio Pernambucano, também a escultura do caranguejo – a escultura “Carne de Minha Perna” – uma homenagem o movimento mangue-beat, o Cais da Aurora além de dois imortais da literatura pernambucana Manuel Bandeira (Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho) e João Cabral de Melo Neto.
Rua da aurora*
Nessa rua tão materna
A délivrance dos dias
Se repete e se recria
No vai e vem das marés.
Lá, os cavalos da aurora
Galopam suavemente
Sobre o cristal dos relógios
Que não contam hora e tempo.
Rua diurna, mas quando
O irmão da madrugada
Retorna, ela ainda arde
Em sua matriz de chamas.
De dentro do sol e da água,
O Recife amanhece
Em parceria como o orvalho:
Efêmero, entretanto, eterno.
E salta do mar noturno,
Dessa luz poematizada,
Onde sempre se inaugura
Prontamente elaborado.
Sobre a cidade e seus dias
A vida – faca afiada –
Talha a incisa epifania
Metafórica das almas.
Mas, o sol reinaugurado
Sempre é mais do que valia.
E sabe mais da Cidade
Do que o homem que a habita.
*José Gonçalves de Oliveira, poema escrito no livro “Guia Lírico e Amativo da Cidade do Recife”
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