Além de sua importância cronológica, Prosopopéia é uma obra encomiástica, em homenagem com louvação ao donatário da capitania de Pernambuco na época. Ela exalta o herói estóico cristão, realçando valores como o heroísmo, a estirpe, o poder, a glória, a honra, a riqueza, o saber e as virtudes. Inspira-se na terra e tem um caráter eminentemente social e individual. Criação diretamente estruturada pela realidade, permite a realização, num plano imaginário, de uma coerência jamais atingida pelo autor, cripto-judeu, no plano real. A obra é atribuída ao donatário quando fora herói do naufrágio de 1565.
A sua importância está no fato de ser a poesia inaugural do nativismo grandiloqüente do Brasil. Ela elogia a administração do donatário, o qual realmente prosperou, devido ao investimento no plantio de cana-de-açúcar. Mesmo sendo tão português e repleto de mitologia greco-romana, parte do assunto é brasileiro, pois há a "Descrição do Recife de Pernambuco", inclusive explicando o nome indígena da Capitania; a contemplação de "Olinda florescente" e de "Olinda celebrada", por Duarte Coelho, seu fundador, além, é claro, dos próprios feitos do homenageado.
O poema foi escrito em Olinda, quando o autor esteve entre 1584 e 1587. Constitui a primeira expressão da literatura no Brasil, sendo visto como a primeira manifestação do nosso nativismo literário.
Prosopopéia fora publicado um ano após a morte de Bento Teixeira. Literariamente modesta, mas historicamente significativa, Prosopopéia não deixa de ser válida do ponto de vista euro-tropical. Ela se inclui entre aquelas primeiras letras em língua portuguesa tocadas pela atração que paisagens exóticas e gentes primitivas, habitantes de espaços tropicais, exerceram sobre europeus.




