domingo, 14 de março de 2010

Dom Helder Câmara


"Ninguém é tão pobre que não tenha algo para dar, nem tão rico que não necessite de ajuda". Dom Hélder, frase escrita em um calendário do grupo Trapeiros de Emaús.

“[...] quando dou pão aos pobres,

chamam-me de santo, quando

pergunto pelas causas da pobreza,

me chamam de comunista [...]"

Dom Hélder Câmara

"O DOM da Paz"


Arcebispo de Olinda e Recife, formado em filosofia e teologia (1923 - 1931) e ordenou-se padre em 1931 em fortaleza. Juntamente com dois outros amigos, Dom Hélder fundou, em 1931, a Legião Cearense do Trabalho. Dois anos depois, juntamente com lavadeiras, passadeiras e empregadas domésticas, Dom Hélder criou a Sindicalização Operária Feminina Católica.

Foi diretor do Departamento de Educação do Estado do Ceará (1935), cargo que exerceu por cinco anos; diretor de serviços de medidas e programas da Secretaria de Educação do Rio de Janeiro (1936) e técnico do Ministério da Educação, fundou a Cruzada São Sebastião, para atender as pessoas das favelas e o Banco de Providência, destinado a ajudar famílias pobres. Organizou e foi o primeiro assistente geral da Ação Católica Brasileira (ACB 1947-1962). Trabalhou pela criação da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), fundada em 1952, onde foi eleito seu secretário geral, no período em que permaneceu lá, implantou os ideais da Organização, promovendo interação entre os bispos do Brasil, participou de congressos para atualização e adaptação da Igreja Católica aos tempos modernos, sobretudo integrando a Igreja na luta em defesa da justiça e cidadania.

Aos 55 anos, Dom Hélder Câmara, foi nomeado Arcebispo de Olinda e Recife. Assumiu a Arquidiocese, em 12 de março de 1964, permanecendo neste cargo durante vinte anos. Na época em que tomou posse como Arcebispo em Pernambuco, o Brasil encontrava-se em pleno domínio da ditadura militar. Momento político este, que o tornou um líder contra o autoritarismo e os abusos aos direitos humanos, praticados pelos militares.

No final da década de 90, com o apoio de outras instituições filantrópicas, lançou oficialmente, na Fundação Joaquim Nabuco, a campanha Ano 2000 Sem Miséria. Para ele era grande o constrangimento em saber que, às vésperas do segundo milênio do nascimento de Jesus Cristo, milhares de pessoas ainda vivessem na miséria.

O Arcebispo D. Hélder Câmara é lembrado na história da Igreja Católica Apostólica Romana, no Brasil e no mundo, como um Apóstolo, que soube honrar o Brasil e usar o carisma de defensor da paz e da justiça para os filhos de Deus.

EM RECIFE

Criou o Governo Colegiado; a organização dos setores pastorais; fundou o Banco da Previdência; criou o Movimento Encontro de Irmãos, e criou também a Comissão de Justiça e Paz.

OS TÍTULOS DE DOM HÉLDER

Em l969, recebeu o título de doutor honoris causa pela Universidade de Saint Louis, Estados Unidos. E daí em diante não parou mais: recebeu títulos de doutor honoris causa em Direito e Teologia em várias universidades da Bélgica, da Suíça, Alemanha. Holanda, Itália, Canadá e Estados Unidos, além dos títulos que recebeu nas universidades brasileiras.

OS TÍTULOS DE CIDADÃO

Dom Hélder recebeu o título de Cidadão Honorário de 28 cidades brasileiras e duas estrangeiras: a cidade de São Nicolau na Suíça e Rocamadour, na França.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Recife, Evocação por Manuel Bandeira


Recife
Não a Veneza Americana
Não a Mauritsstad(Cidade Maurícia, ou Cidade de Maurícia) dos armadores da Índas Ocidentais
Não o Recife dos Mascates
Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois - Recife das Revoluções Libertárias
Mas o Recife sem História, nem literatura
Recife da minha infância.

Manuel Bandeira, Livro do Centenário do Diário de Pernambuco, 1925, Ao convite de Gilberto Freyre








De Manuel Bandeira:

Recife
Não a Veneza americana
Não a Mauritsstad dos armadores das Índias Ocidentais
Não o Recife dos Mascates
Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois
- Recife das revoluções libertárias
Mas o Recife sem história nem literatura
Recife sem mais nada
Recife da minha infância
A rua da União onde eu brincava de chicote-queimado
e partia as vidraças da casa de dona Aninha Viegas
Totônio Rodrigues era muito velho e botava o pincenê
na ponta do nariz
Depois do jantar as famílias tomavam a calçada com cadeiras
mexericos namoros risadas
A gente brincava no meio da rua
Os meninos gritavam:
Coelho sai!
Não sai!

A distância as vozes macias das meninas politonavam:
Roseira dá-me uma rosa
Craveiro dá-me um botão

(Dessas rosas muita rosa
Terá morrido em botão...)
De repente
nos longos da noite
um sino
Uma pessoa grande dizia:
Fogo em Santo Antônio!
Outra contrariava: São José!
Totônio Rodrigues achava sempre que era são José.
Os homens punham o chapéu saíam fumando
E eu tinha raiva de ser menino porque não podia ir ver o fogo.

Rua da União...
Como eram lindos os nomes das ruas da minha infância
Rua do Sol
(Tenho medo que hoje se chame de dr. Fulano de Tal)
Atrás de casa ficava a Rua da Saudade...
...onde se ia fumar escondido
Do lado de lá era o cais da Rua da Aurora...
...onde se ia pescar escondido
Capiberibe
- Capiberibe
Lá longe o sertãozinho de Caxangá
Banheiros de palha
Um dia eu vi uma moça nuinha no banho
Fiquei parado o coração batendo
Ela se riu
Foi o meu primeiro alumbramento
Cheia! As cheias! Barro boi morto árvores destroços redemoinho sumiu
E nos pegões da ponte do trem de ferro
os caboclos destemidos em jangadas de bananeiras

Novenas
Cavalhadas
E eu me deitei no colo da menina e ela começou
a passar a mão nos meus cabelos-
Capiberibe
- Capiberibe
Rua da União onde todas as tardes passava a preta das bananas
Com o xale vistoso de pano da Costa
E o vendedor de roletes de cana
O de amendoim
que se chamava midubim e não era torrado era cozido
Me lembro de todos os pregões:
Ovos frescos e baratos
Dez ovos por uma pataca
Foi há muito tempo...
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos
É macaquear
A sintaxe lusíada
A vida com uma porção de coisas que eu não entendia bem
Terras que não sabia onde ficavam
Recife...
Rua da União...
A casa de meu avô...
Nunca pensei que ela acabasse!
Tudo lá parecia impregnado de eternidade
Recife...
Meu avô morto.
Recife morto, Recife bom, Recife brasileiro
como a casa de meu avô.



quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O Recife por Joaquim Nabuco.


O Recife.


O Recife é uma cidade inesquecível, sobretudo para quem a viu ao luar, branca como um Campo-Santo, com suas pontes, suas torres, os mastros de seus návios, aportados contra os outros e ancorados dentro da cidade na água dos rios que a cruzam. O Recife, como Veneza, é a cidade que sente a palpitação do oceano no mais profundo dos seus recantos, desse oceano que se vem quebrar diante dela num leçol de espumas e se ajoeilhará, ainda perante a graça frágil dos coqueiros.

Joaquim Nabuco
.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Paulo Freire


"Não há saber mais ou saber menos. Há saberes diferentes."
"Falar a mesma linguagem em várias linguas"

De modo que o pedagogo recifense, Paulo Freire, disse na citação, explicou que não há pessoas mais inteligentes ou menos que as outras, mas sim que cada pessoa é boa no que faz e no que gosta de fazer, e quando ensinadas da mesma maneira, a mais simples possível, todos aprenderão e usaram do seu modo tanto para adiquirirem o
quanto mais e repassar o assunto (conhecimento).

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Hoje é o dia de Santos Reis.

Dia de Santo Reis, 06 de janeiro, dia de muita comemoração e lendas; de manifestações locais e muitas festas.
A festa dos reis magos contada de várias maneiras.
A Folia de reis vai da véspera de natal até o dia de reis, esse ato de comemoração fora herdado dos portugueses.

E para comemorar, a canção de mesmo nome.



A Festa do Santo Reis
Tim Maia
Composição : Márcio Leonardo
Hoje é o dia de Santo Reis
Anda meio esquecido
Mas é o dia da festa
De Santo Reis
Hoje é o dia de Santo Reis
Anda meio esquisito
Mas é o dia da festa
De Santo Reis...
Eles chegam tocando
Sanfona e violão
Os pandeiros de fita
Carregam sempre na mão
Eles vão levando
Levando o que pode
Se deixar com eles
Eles levam até os bodes...
É os bodes da gente
É os bodes, mééé
É os bodes da gente
É os bodes, mééé...
Hoje é o dia de Santo Reis
Hoje é o dia de Santo Reis
Hoje é o dia, hié! hié!
De Santo Reis
Hoje é o dia de Santo Reis
É o dia da festa, hié! hié!..(3x)